GR28 Arouca - Inauguração molhada, percurso abençoado?
Depois de ter noticiado em Maio do ano passado, a criação do GR28, a Câmara Municipal de Arouca aproveitou a aprovação do Geoparque Arouca para a rede de Geoparques da UNESCO, para organizar o Festival de Pedestrianismo e inaugurar finalmente essa nova Grande Rota, com cerca de 90 km.
A inauguração contemplava apenas uma pequena parte do percurso (sensivelmente 15 km) e...
... iniciou-se junto ao coreto de Albergaria da Serra. O grupo ainda era bastante numeroso, tendo em conta que grande parte já tinha percorrido os PR locais na véspera. O briefing foi acompanhado pela música popular da festa local em volume alto.
Nada que impedisse apreciar a beleza do rio Caima a jusante...
... e a montante
... da ponte pela qual seguimos em direcção ao centro da aldeia.
O percurso segue a partir daí em direcção ao Parque de Campismo da Freita.
À saída da aldeia, o percurso segue por uma calçada...
... entre campos cobertos pela névoa causada pela evaporação da chuva nocturna...
... e outros preparados para os trabalhos cíclicos do campo.
A vegetação da serra já não estava no esplendor da sua beleza, mas ainda era possível ver aqui e ali os tons amarelos e roxos que a pintam a cada primavera, tranformando-a numa palete fantástica de cores. O grupo estava a chegar à zona do parque de merendas, situado acima do parque de campismo.
Os elementos do grupo que atravessavam a pequena ribeira.
Junto ao parque de merendas existe um verdadeiro cruzamento de percursos pedestres. Talvez não fosse má ideia construir uma rotunda para escoar o trânsito de caminhantes
O grupo desceu então pela estrada até chegar ao parque de campismo...
... Refúgio da Freita, que agora também é um posto de informação do Geoparque Arouca.
Uma perspectiva do parque Refúgio da Freita.
O grupo continuou estrada fora, virando à esquerda no cruzamento, em direcção a aldeia do Merujal. Não virámos à direita no 1º cruzamento que surgiu e que seria o caminho indicado pela sinalização do GR.
Seguimos em frente até chegar a uma curva da estrada para a esquerda, virámos em sentido oposto em direcção ao Merujal, por uma caminho em paralelos...
...até chegar a uma pitoresca e ... escorregadia calçada. A descida é muito agradável e até divertida.
O grupo seguindo até à entrada da aldeia do Merujal. Depois de atravessar a aldeia, sempre seguindo as marcações, atravessámos uma estrada e entrámos num caminho em paralelos.
Aí encontrámos o "Caminho dos Burros", nome dado ao trilho da antiga Via Romana que ligava Viseu ao Porto e que atravessava a Serra da Freita. Supostamente, a toponímia de Albergaria da Serra (antigamente Albergaria das cabras) vem do albergue existente no local onde pernoitavam os viajante que circulavam por essa via. Na parede do cemitério dessa aldeia é possível encontrar uma placa com umas inscrições que dizem ser o vestígio desse albergue.
O grupo seguindo pelo trilhos da Via Romana, que segue no limite dos Concelhos de Arouca e Vale de Cambra.
Iniciou-se uma descida ligeira com uma agradável vista para a zona de Vale de Cambra e arredores.
Pouco depois, o GR abandona o percurso da Via Romana para iniciar uma descida acentuada por entre pinheiros, numa zona particularmente bonita.
Atravessámos então a estrada principal de acesso à Serra da Freita, onde uma senhora se tinha estrategicamente colocado para vender cerejas. Não sei se conseguiu vender algumas ao grupo mas certamente teve de se precaver contra os provadores, pois caso contrário era capaz de ficar sem elas.
O percurso continuou a descer por uma zona densamente florestada.
Não tardará muita que desapareça entre as silvas, mas na foto ficou bonito.
O GR continua numa zona muito estreita devido à vegetação muito densa.
O grupo seguia em fila por entre os muros de vegetação.
O local parece quase o leito de uma linha de água, com pedras grandes cobertas com um musgo muito escorregadio e perigoso.
Pouco depois a chuva começou a dar os primeiros sinais, obrigando a vestir os impermeáveis.
Sob uma chuva intensa, descemos por uma calçada com uma descida muito acentuada e chegámos às casas do lugar de Póvoa Reguenga, com alguns moinhos de água.
O percurso do GR28 segue então pelo traçado do PR2 - Caminhos do Vale do Urtigosa passando num caminho agrícola marcado pela passagem os carros de bois em direcção a Souto Redondo.
A vista para o vale de Rossas. As nuvens pareciam indicar que S. Pedro ia dar-nos tréguas para podermos continuar tranquilamente até Arouca. Como estava enganado...
A pedras de umas alminhas com as marcas do percurso.
Depois de passarmos um pequeno ribeiro...
... seguimos pelo meio de campos...
... até alcançar a capela e chegar ao centro da aldeia.
Continuamos em direcção à Portelada e a Lourosa de Matos.
Foi depois de passarmos a zona da escola primária junto à Portelada que o dilúvio de abateu sobre nós!
A chuva era intensa e o ambiente foi gradualmente escurecendo. Os relâmpagos e trovões ecoavam pelo monte e assustavam alguns dos elementos. Fomos acelerando o passo, com vista a alcançar Santa Maria do Monte, onde esperávamos encontrar o abrigo de algum café ou paragem de autocarro.
A chuva não parava de aumentar e já não havia condições para prosseguir com esta caminhada. Os caminhos tinham-se transformado em ribeiros e poças de água. A maior parte dos caminhantes não estava equipada para enfrentar uma tempestade como aquela que nos fustigou, pelo que, ao chegarmos a Santa Maria do Monte, a organização chamou os autocarros para nos levar de regresso a Arouca, sem conseguirmos completar o resto do percurso.
Mesmo assim foram cerca de 13 km que deram para ficar com um aperitivo daquilo que é o GR 28.
Este é um percurso que espero percorrer integralmente lá mais para o verão, provavelmente numa outra modalidade, o BTT. Veremos como correrá...
Para quem estiver interessado em mais informações, deixo aqui a descrição do percurso que consta do panfleto distribuído pela Câmara Municipal de Arouca:
DESCRIÇÃO GR 28 AROUCA
O GR28 "Por Montes e Vales de Arouca" é um percurso pedestre de grande rota que envolve o vale de Arouca, a serra da Freita e da Arada e os vales do Paivó e do Paiva.
O seu itinerário, com cerca de 90 quilómetros, percorre um território de rara beleza, ligando um grande número de geossítios do geoparque Arouca, aldeias de montanha, vales e cumeadas de onde se desfrutam extraordinárias paisagens.
O percurso tem início em Arouca, nas imediações do Museu Municipal, encaminhando-se para o Burgo, onde passa junto à Igreja Matriz. Depois do Cruzeiro da Pimenta, ruma para St.ª Maria do Monte onde liga com o PR4 -"Cercanias da Freita". De St.ª Maria do Monte sobe para a Portelada, onde percorre caminhos comuns com o PR2 - "Caminhos do Vale do Urtigosa" até Souto Redondo e Póvoa Reguenga.
Da Póvoa segue para o Merujal, inicialmente pelo caminho que ligava ao santuário da Sr.ª da Laje e, depois, por um caminho que, após atravessar a estrada de asfalto que liga Provisende à serra, atinge a cumeada e a via romana Viseu - Porto. Rumando para leste, segue-se aquela via até ao Merujal. Neste lugar Iiga com o PR15 - "Viagem à Pré-história" e com o PR16 - "Caminhada exótica". Segue-se pelo PR15 até ao parque de campismo, onde entronca com o PR7 - "Nas Escarpas da Mizarela". Daqui segue para Albergaria da Serra, por caminhos comuns ao PR15. Após o cemitério continua pela direita, pela via romana, até à Portela da Anta onde volta ao contacto com o PR15. 500 metros mais à frente abandona a via romana e sobe à esquerda, até ao Vidoeiro, onde volta a abandonar o PR15. Aqui, e após passar as ruínas da antiga casa florestal, Inicia a descida para Tebilhão onde percorre caminhos comuns com o PR6 - "Caminho do Carteiro" até Cabreiros.
De Cabreiros segue para o Candal, aldeia do vizinho município do S. Pedro do Sul, passando junto à igreja matriz. Toma-se aqui um caminho que desce para Covêlo de Paivó. Nesta aldeia, liga com o PR13 - "Na Senda do Paivó" e este com o PR14 - "A Aldeia Mágica". Sobe-se agora para as antigas mina do Muro, de onde ruma para Silveiras após atravessar a estrada de asfalto.
Em Silveiras, junto à Capela, inicia a descida para Cortegaça e dali para Meitriz por caminhos comuns com o PR5 "Rota das Tormentas".
Até Cortegaça o caminho é um trilho de montanha ancestral; depois de Cortegaça, no alto da cumeada, é caminho de asfalto e depois um estradão que desce para o rio Paiva.
A meio da descida o PR5.1 (ramal do PR5) toma, à esquerda, um caminho para Janarde e para o geossítio da Mourinha (icnofósseis e a livraria do Paiva).
Continuando a descida rapidamente se chega a Meitriz, atravessando-se o Paiva na ponte para Além-do-Barco, até à área de lazer, onde termina o PR5. O GR28 continua agora sozinho deixando o Paiva para trás, passa no Sobral (meia dúzia de casas) encaminhando-se, em seguida, para o lugar da Fonte Tinta e depois para mar de Servos. Antes de aqui chegar obtêm espectacular panorâmica sobre os meandros do Paiva, o esporão de Louredo e sobre Janarde.
Em Vilar de Servos toma-se o caminho, já asfaltado, que se percorre durante 3,5 quilómetros, após o que se toma um caminho antigo, entre floresta, que se dirige para o lugar de Casais por onde se entra em Alvarenga, dirigindo-se de seguida rara o lugar de Trancoso, o centro de Alvarenga com o seu pelourinho, farmácia, cafés, etc.
Dali dirige-se para a Vila por caminhos tradicionais, tomando de seguida a EN255, em direcção ao lugar de Lourido de onde, por caminhos antigos e florestais, se desce para o Vau, local de atravessamento do rio Paiva. Sobe-se para Canelas e para o Centro de Interpretação Geológica, na maior parte do trajecto, por caminhos comuns com o PR9 "Rota do Xisto".
Do Centro de Interpretação Geológica de Canelas sobe ao Gamarão de Cima, rumando de seguida para a Sr.ª da Mó, iniciando aqui a descida para Arouca, onde termina.