![]()
Já não fazia uma caminhada há algum tempo por motivos diversos e confesso que já estava a ressacar. Neste fim-de-semana, aproveitando as tréguas dadas por S. Pedro, juntei-me mais uma vez ao grupo ANDAR para uma nova caminhada.
![]()
O percurso no menu era o PR2 de Águeda - o trilho das levadas - um pequeno percurso circular de cerca de 7,5 km, com início e fim frente à Junta de Freguesia de Valongo do Vouga (N 40º 37.277 W008º 26.085).
![]()
Inicialmente o percurso percorre as ruas da aldeia, o que obriga a algum cuidado redobrado. Embora o transito não seja muito, o facto de não haver passeios para circular e de haver uma zona com umas curvas fechadas, pode representar algum perigo. Passa-se frente a uma propriedade algo imponente, rodeada de muros altos ...
![]()
e onde se destaca uma estranha construção. Perguntei a uma senhora no café em frente que me disse tratar-se de um antigo moinho. Achei estranho encontrar um moinho assim por aqui. Pela altura, aparenta ser uma moinho a vento, mas situa-se num local nada propício para o aproveitamento dessa energia ecológica.
![]()
Mais à frente encontrei os membros do grupo ANDAR que nos aguardavam. O ponto de partida tinha sido marcado neste local, mas quis ver onde era realmente o início do percurso
![]()
Depois de abandonarmos as ruelas da aldeia, seguimos pelo meio de campo de cultivo, ao longo de um carreiro ladeado de muros de um lado e depois dos dois lados.
![]()
Um aspecto do carreiro, depois de todos terem passado.
![]()
Enquanto uns passeavam, outros trabalhavam.
![]()
O rapaz a segurar a sua fera... Quanto mais pequenos são, mais ladram...
![]()
Voltámos a percorrer algumas ruelas, o que me levou a começar a ficar um pouco desiludido com o percurso, afinal, ainda não tinha percebido onde estavam as levadas.
![]()
Logo adiante, encontrámos os primeiros sinais de uma fruta que eu pensava não ser muito abundante por estes lados: o medronho. Era uma verdadeira corrida aos pequenos frutos vermelhos.
![]()
Mais umas ruelas entre campos e casas, até chegarmos a este local...
![]()
... onde o trilho finalmente abandonava a estrada, virando à esquerda para um trilho que nos levaria para a floresta.
![]()
A partir daqui o percurso começou a revelar os seus encantos, pois encontrámos uma zona sombria povoada de carvalhos.
![]()
Ainda apreciamos algumas espécies de animais que gozam do privilégio de se desenvolver ao ar livre...
![]()
... bem como a ferocidade de um ganso. Assim que avistou o grupo, começou a fazer um barulho enorme e acompanhou-nos sempre junto à rede. Dizem que estes animais são bons "cães de guarda". Aparentemente isto confirma-se!
![]()
Chegámos então a um local onde se atravessa um pequeno regato, por uma ponte que não inspira muito confiança. Composta por duas vigas de cimento de cada lado, é suposto avançarmos pela tábua, mas acho que a humidade está a fazer estragos. Espero que ninguém apanhe aí um susto.
![]()
Vimos por lá uns belos presuntos ainda na embalagem original...
![]()
... e o "Foie-gras" feroz que não nos largava.
![]()
Voltámos a encontrar muitos medronhos pelo caminho. Alguns estavam tão maduros que se ralavam só de lhes tocar.
![]()
O caminho virou depois para a direita e subimos ligeiramente ao longo de um estradão, junto a um muro...
![]()
... que delimita uma propriedade com um extenso laranjal onde (pasme-se!) está um Cristo Rei! Curioso o que se pode encontrar nas caminhadas.
![]()
Ao longo do percurso, foram muitos os cogumelos que avistámos. Se eram comestíveis ou não já é outra questão, pois não faço ideia.
![]()
O caminho volta a descer ligeiramente debaixo da linha de alta tensão. Nesta zona cruzámo-nos com um "motard". Já não é a 1ª vez que me acontece em caminhadas e situações dessas obrigam-nos a nós, caminheiros, a precavermo-nos afastando-nos do seu caminho, pois dada a velocidade e barulho, eles só se apercebem de nós quando por vezes é já demasiado tarde.
![]()
Uma árvore majestosa...
![]()
Alcançámos então a zona das margens do rio, onde a vegetação é quase exclusivamente composta por autrálias.
![]()
Chegámos então às margens do rio Marnel, um pequeno afluente do Vouga, que me impressionou pelas suas águas límpidas. Mesmo após umas semanas de chuvas intensas, quando a maior parte dos rios estão com as águas turvas pela quantidade de matéria orgânica que transportam, este continua limpo. Um pequeno paraíso sem dúvida.
![]()
O PR segue ao longo das suas margens até alcançar os "Moinhos do Ribeiro"...
![]()
...uma propriedade privada, delimitada por portões, mas onde é permitida a passagem.
![]()
As construções antigas integram-se na beleza da paisagem e dão um ar pitoresco a todo este cenário.
![]()
O edifício dos antigos moinhos.
![]()
A transparência das águas é mesmo muito impressionante. Pode-se ver facilmente as pequenas pedras que cobrem o fundo do rio.
![]()
O trilho continua pelo que era a conduta da antiga levada, por onde era canalizada a água.
![]()
Esta zona do percurso deve ser particularmente agradável nos dias quentes de verão. Neste dia, a humidade que se fazia sentir junto ao rio criava uma espécie de névoa, que dava uma atmosfera estranha a estas árvores.
![]()
Chegámos então à zona da ponte de madeira sobre o rio Marnel.
![]()
Curioso ver a ponte presa ao fundo do rio por correntes metálicas...
![]()
A montante da ponte, encontra-se um pequeno açude, cuja função seria provavelmente abastecer a levada por onde viemos, levando a água até aos moinhos.
![]()
Regressámos então pela margem oposta àquela por onde tínhamos subido o rio, seguindo em direcção à foz.
![]()
Voltámos a encontrar a zona dos moinhos do Ribeiro, agora do lado de lá do rio.
![]()
Alguns dos caminhos encontravam-se bastante enlameados, o que foi óptimo para testar a impermeabilidade das minhas novas botas. Não entrou nada e continuei com os pés quentinhos e secos.
![]()
Mais a jusante, alcançámos a zona do parque da Garganta. Esta deve ser uma zona de lazer bastante procurada no verão. Há sinais de umas mesas de merenda, que entretanto por alguma razão desapareceram. O espelho de água criado pelas águas vale bem uma ida ao local.
![]()
Voltaríamos a encontrar, já no final do percurso, os campos cultivados com viçosas pencas para a ceia de natal.
Foi uma pequena caminhada muito agradável, num percurso que, à 1ª vista não parecia ter nada de especial, mas que felizmente revelou os seus encantos ao longo das margens do rio Marnel.
Para os interessados, podem encontrar o panfleto bem como o trilho GPS do percurso clicando na imagem.
![]()
Boas caminhadas
Darasola