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darasola

Percursos pedestres, caminhadas, pedestrianismo, trekking, trilhos, aventuras, viagens, passeios e descobertas!

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Rota do Xisto - PR9 - Arouca

18.10.10, darasola

Dois anos depois de ter noticiado a sua inauguração, tive finalmente a oportunidade de conhecer a "nova" versão do PR9 - Rota do Xisto.

Quando digo "nova" entre aspas, refiro-me ao facto de ter havido uns meses antes uma iniciativa conjunta da empresa Valério e filhos com um curso da ADRIMAG em que um grupo de formandos implementou um percurso com o mesmo nome, que passou mais ou menos pelos mesmos locais. O percurso foi, em parte aproveitado, para a criação deste percurso homologado, pelo que não foi propriamente uma novidade, mas antes uma re-descoberta.

Este percurso circular de 16 km resume-se basicamente à ligação entre os pontos extremos: o Centro de Interpretação Geológica de Canelas e a praia fluvial do Vau, dois geosítios do Geoparque de Arouca. Desta forma o percurso é ora ascendente ora descendente, consoante o ponto de partida. Por uma questão de logística decidi iniciá-lo no lugar de Vilarinho, seguindo no sentido inverso aos ponteiros de um relógio.

A paisagem inicial resumia-se ao cenário habitual dos montes nesta zona, com muitos eucaliptos.

Aqui e ali algum sobreiro.

Também começaram a surgir vários exemplares de medronheiros, com os seus frutos (infelizmente) ainda verdes.

Pouco depois chegámos a um dos locais que ainda não conhecia: o miradouro natural sobre a cascata das Aguieiras.

Já conhecia esta vista sobre a cascata, no entanto tinha sido noutros pontos desta mesma encosta.

A paisagem é fenomenal e proporciona uma visão ampla sobre o leito do rio Paiva. A cascata das Aguieiras mal se vê devido ao facto de que,  à hora em que chegámos, o sol criava uma sombra sobre o seu curso. Uma pena.

Para além disso, o seu curso levava ainda pouca água, pelo que nao é possível distingui-la bem nas fotos. Mais uma razão para ir ver in loco.

Seguimos então em direcção à Mina do Pereiro.

A placa de xisto é um vestígio da tal versão anterior e não homologada deste percurso.

Mal se vê, mas aqui está a entrada da mina.

Ainda fomos espreitar o interior, mas depois da recente aventura dos mineiros chilenos, preferimos não nos aventurarmos mais além.

Marca do PR na cortiça.

Continuámos a descida em direcção ao Vau, que se tornou progressivamente mais íngreme.

Um aspecto da descida. Logo abaixo surgem uma espécie de escadaria natural sobre rochas que se tornou bem escorregadia devido à humidade existente nesta parte sombria do percurso.

Uma pequena cobra. Infelizmente encontrava-se morta. Alguém sabe qual é a sua espécie?

O fim da "escadaria" junto ao Vau.

Nesta zona fazia-se antigamente a travessia de pessoas e mercadorias através de uma barca, manobrada por um barqueiro. Agora tal actividade está ultrapassada, no entanto está prevista (não se sabe é quando) haver ali um sistema semelhante para a travessia do GR28 (a Grande Rota de Arouca). Já realizei essa travessia, no entanto por impossibilidade de cruzar o rio neste local, acabei por alterar o seu percurso. Espero que esta situação seja resolvida.

O cenário neste local é simplesmente fabuloso.

Logo adiante surge a queda de água do Ribeiro da Estreitinha, um verdadeiro cenário bucólico.

O referido ribeiro desagua logo ali no Rio Paiva, que corre em direcção ao Douro, seguindo pelo vizinho concelho de Castelo de Paiva.

Assim que chegámos ao estradão em calçada portuguesa, surge a placa que indica que o GR28 segue por ali acima, enquanto que o PR9 se mistura pelo mesio da vegetação da margem esquerda do Paiva.

Nessa zona, alguns madeireiros andavam a cortar árvores, pelo que tivemos de nos acautelar com uma possível queda e ainda ultrapassar alguns obstáculos que se encontravam no caminho.

Lá fomos seguindo ao longo do Paiva.

Alguns pormenores da flora.

Neste local onde o rio faz uma curva...

... fomos surpreendidos com a passagem de perto de uma dezena de praticantes de kayak de águas bravas. Este rio é muito procurado a nível nacional para essa prática desportiva.

Chegámos ao velho moinho.

Mais uma zona com muitos medronhos, estes um pouco mais maduros, mas não o suficiente para fazer as delícias de que gosta desta verdadeira "iguaria".

O trilho começou então a subir...

... até encontrarmos o caminho em paralelos que tínhamos abandonado junto ao Vau.

Aqui o PR9 e o GR28 voltam a encontrar-se.

Chegada ao vale de Canelas...

... onde as tonalidade eram próprias do Outono.

O centro de Canelas com as suas casas de telhados em xisto (lousa).

Mais cores do Outono.

Escada abaixo...

Passagem pelo tradicional lavadouro comunitário.

Esta passagem pelo meio das antigas habitações é particularmente estreita.

Felizmente algumas dessas casas antigas encontram-se restauradas ou em vias de o ser.

... escada acima!

Passagem junto à Igreja local.

Alguns detalhes das habitações locais.

Continuámos até ao lugar de Aldeia de Cima.

Não sei que planta é esta, alguém me pode ajudar?

A paragem prevista para o almoço era no restaurante local. O percurso foi calculado de forma a chegar a este local por volta da hora do almoço e acabámos por ser extremamente pontuais.

De barriga cheia iniciámos uma longo subida até ao CIGC, que acabou por ser um pouco penosa. Não fomos visitar o local porque já o conhecíamos, no entanto recomendo a visita.

Cão? Lobo? Raposa? Não sei, mas parecia ser de um animal com um grande porte.

O percurso começa então a descer em direcção a SE pelo meio de eucaliptais sem grande interesse.

No entanto, permite belas vistas sobre os maciços da serra da Arada.

Já na chegada a Vilarinho, encontrámos vestígios de edifícios construídos com os materiais e técnicas locais.

Uma habitação curiosa com uma ligação superior.

Pela placa colocada pelas autoridades locais, pudemos constatar que os registo da pequena localidade de Vilarinho são já muito antigos.

Resumindo, foi um dia bem passado em boa companhia, onde S. Pedro nos brindou com um tempo espectacular. Em relação ao percurso, posso dizer que gosto muito mais da actual versão, em especial da parte desde o Vau até ao moinho, devido à especificidade da vegetação. Foi ainda um dia especial por outra razão: pela primeira vez na vida, consegui ver um guarda-rios a voar ao longo do Paiva. Excelente.

Boas caminhadas

Darasola