PR Burgo [Arouca] - Água da Serra, Sombra de Pedra
Água da Serra, Sombra de Pedra é o nome do último percurso marcado de Arouca. A sua criação foi, pelo que percebi, uma iniciativa da Junta de freguesia do Burgo e ainda não está homologado. A informação disponível na net é praticamente nenhuma.
A única coisa que encontrei foram estas duas imagens no site do jornal local RodaVida.
O mapa que está disponível é este, sendo muito limitado para abordar o terreno. Como conheço o terreno, aventurei-me à descoberta deste trilho, mas acabei por não ser muito bem sucedido.
Iniciei o percurso na zona da Igreja de S. Salvador do Burgo, procurando as marcações existentes.
A tarefa não foi fácil, mas lá avistámos uma marcação no final da alameda de plátanos.
Fomos descendo em direção às Eiras, passando por este cruzeiro. Acabámos por alcançar a capela do Burgo, junto à EN 224 e a uma loja de uma cadeia de mercados conhecida. Nessa zona perdemos as marcações e acabámos por improvisar um bocado, apanhando a estrada para seguir em direção a Pimenta, seguindo as indicações do mapa.
Umas alminhas.
Uma casa antiga na zona de Pimenta.
O percurso voltou a deixar-nos "apeados" em vários cruzamentos e fomos tentando várias hipóteses para alcançar o caminho correto. Acabámos por passar debaixo de um imponente viaduto da variante local e iniciar uma pequena subida junto à referida estrada.
A vista sobre a variante e o vale de Arouca.
Depois de uma zona florestal, avistamos um dos monumentos mais misteriosos de Arouca: a Torre dos Mouros.
A Torre Medieval do Burgo é um edifício com características góticas, edificada a meia encosta, com domínio visual sobre o vale de Arouca e de frente para o Castro de Valinhas que lhe sustenta a lenda de "Torre dos Mouros" que vem dos tempos da Reconquista Cristã, em tempos medievais. A Torre e a quinta onde se situa pertenceram a cavaleiros medievais. Referentes à sua transacção ou penhora existem diversos documentos datados do século XIII. Ainda no século XIII a quinta dos mouros pertenceu ao Mosteiro de Paços de Sousa que a transmitiu aos Jesuítas em 1283. A sua posse passaria depois para a Universidade de Coimbra que acabaria por vendê-la. A Torre teve no seu interior uma cisterna que se encontra aterrada. De características militares defensivas, a Torre tem seteiras e elementos góticos na cornija. A torre dos mouros é um edifício sólido, em granito, único no concelho e encontra-se em bom estado de conservação, apesar de ser utilizada como palheiro e não ter qualquer intervenção oficial, quer no que diz respeito à sua conservação, quer à classificação como imóvel de interesse público. Por isso, pode visitar-se só com autorização dos proprietários. Quadrangular, de estilo gótico, com uma cisterna (hoje aterrada) com seteiros e uma inscrição ainda por decifrar. Datada do séc. XII, é um monumento não classificado. Situa-se no lugar de Lourosa de Campos, da freguesia do Burgo.
É um momnumento do património de Arouca que considero interessante e único na zona, no entanto, por ser propriedade privada, o seu acesso está vedado e nunca o visitei. Uma pena...
Passagem por um pequeno carreiro entre campos.
Ao longo do percurso encontrámos sinais das antigas propriedades agrícolas da zona.
Já na aproximação à Forcada, a passagem pelo meio de campos.
Um enorme canastro (ou espigueiro) comprova que era zona de grande propriedades agrícolas.
Campos de milho com vista para o vale.
Um tanque de rega no meio de um souto.
O percurso começou a subir um pouco mais, mas sempre numa zona de sombras densas.
Chegámos então ao ponto mais alto do percurso: o cabeço da Pena ou calhau da Moura, de onde se tem uma vista espectacular.
Um pouco abaixo do miradouro natural, encontra-se os chamados "cortiços", que era as antigas colmeias, colocadas por ali para apanhar algum enxame.
Na zona da Granja, o percurso segue pela estrada de acesso à Freita.
Abandonamos a estrada seguindo pelo mesmo percurso do PR4.
A zona é muito agradável pois passa naquele que é talvez o souto mais denso e extenso que eu conheço em Arouca.
Durante o outono, a zona deve ganhar um outro encanto com as tonalidades amareladas típicas da época.
Aqui, os caminhos separam-se, PR4 por um lado e este percurso para outro.
Até aqui as marcas eram visíveis, mas pouco depois, na zona de Povos, surgiu nova confusão com a passagem por cruzamentos sem marcações, após tentar algumas hipóteses, a frustração falou mais alto (o cansaço também já era algum) e desistimos de encontrar o trilho certo. Fomos seguindo pela estrada na direção de Figueiredo.
Ainda encontramos este moinho abandonado, no entanto acabámos por passar ao lado da carreira de moinhos do Burgo, uma das atrações do percurso, que tinha descoberto numa outra caminhada.
Passagem pela capela de Figueiredo...
... onde voltámos a seguir as marcações, que nos levaram até à variante.
Ainda passámos pelo cruzeiro do S. Aleixo e daí descemos até à Igreja de onde tínhamos partido.
Fazendo uma análise global ao percurso, considero que tem alguns motivos de interesse e que merece complementar a oferta do concelho de Arouca, no entanto precisa urgentemente de correções nas marcações, já que pode tornar-se uma dor de cabeça para quem não conhecer minimamente a zona. Espero que o façam quanto antes, para voltar a percorrê-lo como deve ser.
Ficha técnica:
Distância: cerca de 14 km
Tempo: 4h30 (+/-)
Tipo: circular
Informações sobre o percurso: (não disponíveis)
Panfleto oficial. (Não disponível)
Ponto positivos: paisagem rural típica da zona, vista do miradouro da Pena, Torre dos Mouros.
Pontos negativos: Falta de marcações do PR