Em busca do PR perdido [Arouca - Valinhas - Srª da Mó]
Em tempos, a Câmara de Arouca tentou inaugurar mais um PR marcado na zona do vale de Arouca. O seu trajeto ligava o centro histórico da vila à zona de Valinhas (local de relevo arqueológico com os vestígios de um casto antigo), seguindo até ao alto da Srª da Mó e regresso ao centro. Na altura, até se fez uma inauguração com centenas de convidados a participarem na descoberta dos encantos locais. Não sei por que razão, esse PR nunca passou do papel e, embora tenha sido devidamente marcado e até se tenha feito um esboço em papel do percurso, nunca chegou à fase de homologação. Talvez tenha sido abandonado a favor do projeto do GR28 que começou a ser esboçado na altura, visto que uma parte desse GR até é comum com o percurso de que falo. Não sei a razão. Acho que foi uma pena não ter ido avante, já que realmente dava destaque a aspetos importantes do centro de Arouca e permitia a descoberta de Valinhas. A sua eventual substituição pelo GR28 não colmata essa falha, já que poucos são os que percorrem os seus 90 km. Na altura, participei nesse percurso e gostei, no entanto já não me lembrava bem dos trilhos, mas decidi aventurar-me e seguir algumas das marcações que ainda resistem ao tempo.
O percurso inicia-se no centro de Arouca, na praça Brandão de Vasconcelos, seguindo pelas ruas mais antigas até ao Calvário. A partir daí entra-se por uma calçada junto à capela do Calvário e segue em direção à rotunda entre as piscinas e o estádio municipal. Pouco antes do Centro de Saúde, surge um caminho à direita que nos leva para uma zona de campos, junto a um ribeiro. O percurso dirige-se pouco a pouco em direção ao monte de Valinhas e na sua ascensão, vamos descobrindo os vestígios que as escavações deixaram a descoberto. A paragem na capela é obrigatória, até porque a subida ingreme a isso obriga. Posteriormente, iniciamos a descida por outro ponto mais a Este, que nos leva aos campos atravessados e em seguida à zona da estrada municipal ligando Arouca a Stª Eulália. Subindo pela estrada, voltei a encontrar uma marca no início de um caminho florestal que me levaria, a corta mato, a alcançar a estrada que liga Arouca a Alvarenga (EN 326-1). Faltavam pouco mais de 50m para chegar à estrada, mas a progressão foi muito complicada, com recurso a pau para afastar as silvas, e subidas de taludes agarrado a árvores. Felizmente, com algumas arranhadelas, conseguimos chegar ao alcatrão. Dali, foi fácil encontrar o caminho que leva à Capela de Stª Luzia, de onde se tem uma bela perspetiva sobre o vale de Arouca. Em seguida, seguimos pelo caminho ascendente até chegar ao percurso do GR28 que iríamos seguir para chegar a Arouca. Apenas fizemos um pequeno desvia para passamos pela Capela da Srª da Mó, um ex-libris de Arouca, cuja visita é obrigatória. Voltámos à estrada e ao GR 28 na descida do monte até ao centro, passando pela pequena Capela de S. Pedro.
Início do trilho depois das piscinas municipais.
Caminho rural junto à ribeira.
Outro aspeto do percurso.
Pequena travessia rudimentar.
O percurso atravessa um campo, em cima de uma curiosa separação em pedra que parece delimitar e dividir o terreno a meio.
Uma alminhas.
Cores de outono.
A vista para a Serra da Freita.
Chegada à estrada e início da subida para Valinhas.
O que resta das antigas marcações.
Os vestígios arqueológicos a descoberto.
Capela de S. João de Valinhas.
Seguindo pelo caminho, com algumas marcações.
Início da descida, por uma zona atingida por um incêndio no verão passado.
Na descida, com o terreno queimado.
No horizonte, o próximo destino: o monte da Srª da Mó.
Trilho com cores fantásticas.
Nova travessia do ribeiro.
Passagem por uma ponte rudimentar em cimento.
Chegada à estrada municipal Arouca - Stª Eulália
Junto a este caminho, antes de uma residência, encontrei uma marcação no muro de pedra junto ao poste. Segui por ali acima...
Passados poucos metros, o mato era muito denso e alto. A progressão foi muito difícil, chegamos a um local onde tinha havido alterações no terreno e foi necessário subir o talude para chegar à estrada, agarrados às árvores. Custou! Depois, foi fácil encontrar o caminho do outro lado da estrada.
A vista para a Srª da Mó.
Chegada à Capela de Stª Luzia.
A capela vista de frente.
Seguimos subindo caminho e passámos por este cruzeiro, utilizado na romaria da capela.
Outra perspetiva da Srª da Mó.
Junto ao caminho, uma antena de comunicações.
Utilizamos um pequeno atalho ao GR28.
A Srª da Mó cada vez próxima, no percurso do GR28.
A escadaria de acesso ao adro coberta de folhagem.
A capela da Srª da Mó.
A vista para Arouca.
Descida pela estrada até encontrar um caminho florestal do lado direito.
Que nos levou junto da antiga casa da guarda florestal.
Chegada novamente à estrada...
... que continuámos a seguir até aparecer a indicação do GR 28 que nos leva novamente para os trilhos.
Já próximos do centro da vila, a passagem junto à capela de S. Pedro.
Aqui, a capela de Stº António, frente à câmara municipal.
Chegada à avenida e praça central.
Finalmente o convento.
Foi um percurso de cerca de 15 km, que me deu muito gozo redescobrir, apesar de algumas dificuldades.
Distância: cerca de 15 km
Tempo: 2h30 (+/-)
Tipo: circular
Informações sobre o percurso: inexistentes
Panfleto oficial: inexistentes
Ponto positivos: centro histórico de Arouca (Convento, Calvário); Monte de Valinhas; Monte e Capela da Srª da Mó
Pontos negativos: falta de suporte oficial, mau estado de algumas zonas dos trilhos (muito mato e desaparecimento de caminhos)
Boas caminhadas
darasola