O objetivo principal da visita ao grupo central dos Açores era a subida ao topo do vulcão do Pico. Com 2351 m de altitude, constitui o ponto mais alto do território português e é um "must do" para qualquer amante de caminhadas. A montanha está omnipresente em qualquer ponto da ilha, e até mesmo das ilhas vizinhas do Faial e de S. Jorge, e torna-se um companheiro de viagem, servindo de ponto de referência. Na verdade, a conquista da montanha não é propriamente um passeio, pois dada a dificuldade da subida acaba por ser mais do que uma simples caminhada e está quase no patamar da escalada/montanhismo.
A primeira questão é a da meteorologia: será que o tempo vai estar favorável à subida? Será que vai estar "fechado" e não será permitida a subida? Apesar do trilho estar identificado por estacas ao longo de todo o percurso, se a visibilidade for reduzida é muito fácil perder e sair do trilho, daí a interdição de subida. Foi então o nosso primeiro receio. No dia da chegada ao Faial, apenas conseguimos ver o topo da montanha - o Piquinho - quando o avião fez a descida para o aeroporto. Após descermos abaixo do nível das nuvens, o cume manteve-se escondido e assim se manteve até quando mudamos de ilha. Por uma questão de segurança, fomos à Casa da montanha, o centro de receção dos caminhantes e ponto de partida da subida, para obtermos informações sobre as previsões para o dia seguinte. Não obtivemos a resposta pretendida, pois o tempo era incerto, mas ficamos com um "É melhor vir até cá e ver como está o tempo". Assim fizemos. Saímos da vila da Madalena com um céu coberto e cinzento que não permitia ver sequer a sombra da montanha. Cruzamos a ilha pela estrada longitudinal e ficamos radiantes quando constatamos que a Casa da Montanha estava já acima das nuvens e que o cume estava completamente limpo.
Como referido, é necessário fazer a inscrição de cada caminhante na Casa da Montanha para se poder iniciar a subida. Somos informados das regras e condições de seguranças e visualizamos um breve vídeo informativo. É entregue um GPS com função de rádio para uma eventual emergência e para que os vigilantes possam saber a nossa posição exata durante a subida (surge em tempo real num ecrã da sala da Casa da montanha). De destacar também que somos informados das coimas aplicadas e custos de uma eventual operação de resgate, algo que considero muito positivo para dissuadir muitos "aventureiros" destemidos, que não saibam respeitar a montanha. Também temos de pagar uma taxa de 10€ por pessoa para subir ao Pico e 2€ se a subida incluir a subida ao Piquinho.
Finalmente demos início à subida. Apesar de ser apenas cerca de 5 km, o percurso é bastante exigente, principalmente devido à irregularidade do trilho. Apesar de em algumas zonas ser um trilho bem nítido, noutras é apenas uma linha imaginária entre uma estaca e outra. Em parte do percurso a progressão faz-se de rocha em rocha. Umas boas botas e bastões de caminhada (2 de preferência) são essenciais, em especial para a descida que é muito mais exigente do ponto de vista técnico e mais perigosa também. No nosso caso, a subida fez-se em cerca de 2h30 e a descida demorou 3h. De referir ainda a subida ao Piquinho, o pequeno cume de 70 m que existe no centro da cratera do vulcão. O terreno é muito inclinado e tão acidentado que em certos pontos o mais seguro é usar mãos e pés para a subida.
Resumindo, a subida ao Pico foi incrível. A conquista e superação aliadas às paisagens únicas e vistas fantásticas sobre as ilhas do grupo central tornaram a experiência inesquecível. As dores musculares nos dias seguintes também não deixaram esquecer a dureza da conquista da montanha.
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Casa da Montanha
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Interior da Casa da Montanha, com o ecrã onde se consegue ver imagens em direto da câmara colocada na subida, bem como os outros caminhantes.
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A porta para o Pico.
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A escadaria de início da subida e o monumento existente.
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O aspeto da Casa da Montanha acima das nuvens.
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O início do trilho é muito fácil.
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Uma das várias crateras pelas quais passamos durante a subida.
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A câmara colocada no início da subida que transmite imagens em streaming (disponível no SpotAzores)
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Verde e branco
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Mais uma cratera observável na subida.
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Nessa parte já não se distingue nenhuma trilho, apenas as estacas de orientação.
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Aspeto da irregularidade do piso.
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Sentimo-nos pequenos perante a montanha.
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Nalguns locais, a lava deixou pequenos túneis ocos debaixo da rocha.
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O símbolo da paz feito de rochas vulcânicas.
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Um mar de nuvens com uma aberta sobre a ilha do Faial.
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O Faial já se distinguia um pouco mais.
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Aspeto final da subida.
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O trilho aqui é bem visível, mas é composto por um chão de gravilha escorregadia.
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Na chegada ao topo da cratera.
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Vista da cratera e do Piquinho. Conseguem distinguir as pessoas com roupas rosa/vermelho na fotografia?
...
(dica: por cima da palavra sapo)
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Finalmente, no topo do Piquinho, com vista para a cratera.
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O topo de Portugal é aqui!
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2351 m
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Depois da conquista da montanha, iniciamos a dura e longa descida. As estacas marcam o caminho.
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Vista para o Faial e a baía da cidade da Horta.
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Cá estou eu!
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Dominando a paisagem.
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A descida ainda ia a meio, mas era impossível não parar para contemplar as vistas.
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Alcançamos dois grupos diferentes na descida, que tinham dificuldades visíveis para descer.
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A base do vulcão parece uma vasta pradaria, com uma cratera aqui e ali.
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Buracos no piso sobre túneis lávicos.
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No regresso à Casa da Montanha, recebemos o certificado da subida ao Pico.
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Regressando à Madalena seguindo pela estrada longitudinal, com vista para a baía da Horta (Faial).
Ficha técnica:
Distância: cerca de 10 km (5 km para cada lado)
Tempo: 2h30 para a subida e 3h para a descida (com bom tempo e boa visibilidade)
Tipo: linear
Dureza física: 5/5
Dificuldade técnica: 5/5
Beleza do Percurso: 5/5
Marcação: 4/5
Informações sobre o percurso: n/a
Outros sites de relevo: n/a
Panfleto oficial: n/a
Trilho GPX: n/a
Ponto positivos: beleza e desafio do percurso, topo de portugal
Pontos negativos: percurso fisicamente exigente