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Percursos pedestres, caminhadas, pedestrianismo, trekking, trilhos, aventuras, viagens, passeios e descobertas!

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Pedras, moinhos e aromas de Santiago - Soalhães [Marco Canaveses]

03.05.10, darasola

Aproveitei o feriado da liberdade para conhecer novas paragens, indo até Marco de Canaveses à descoberta de um percurso que tinha despertado a minha curiosidade há já algum tempo. Um pouco por acaso, ao andar na net à procura de percursos nessa zona, encontrei o blog oficial do percurso onde os responsáveis pelo percurso disponibilizam o guia e o mapa do percurso. Pela descrição e fotografia pareceu-me ser um percurso interessante, com uma dificuldade adequada ao que pretendo, pelo que faltava apenas a oportunidade para ir até lá.

Ora quando esta surgiu rumei até Soalhães para descobrir essa freguesia do Marco de Canaveses e a Serra da Aboboreira. O ponto de partida, junto à Igreja, revelou ser um espaço bem agradável e arranjado, onde pudemos estacionar à vontade e fazermo-nos à estrada, ou melhor... ao caminho!

Ora aqui surgiu um facto inexplicável: logo à saída do estacionamento, o trilho seguia em direcção a uma cerca onde havia dois portões seguidos, ou seja, ao abrir um teríamos de abrir o outro. Ora se o 1º estava aberto, o 2º não estava. Como é possível estarem portões colocados (e um deles fechado!!) no percurso de um PR marcado e supostamente aprovado pela federação?? Nunca tinha visto nada disto! Tivemos de arranjar uma solução de recurso para continuar o trilho e acabamos por verificar que o caminho seguia ao longo de uma calçada até chegar a outro portão que dava para a estrada e que estava... aberto!!! Ora de que serve ter um portão fechado se o outro, colocado na extremidade, estava aberto!? Sinceramente não percebi! Mas deixei para trás esse caso estranho e lá fomos pela estrada até à Poça da Sapeira, onde abandonamos a estrada para iniciar o trilho. É nessa zona que o percurso inicia a parte circular, pelo que no final do percurso voltaríamos a este local. A partir desta zona pude verificar que o trilho se encontrava muito bem marcado, com várias estacas, painéis e marcas em todo o lado. Passáramos pela capela de S. Clemente, muito pequena por sinal, mas provavelmente será uma capela particular de alguma família, visto que mais adiante passámos pela casa de S. Clemente. Mais adiante encontramos o local sinalizado como "Pedras brancas" e pouco depois abandonamos o piso de terra para entrar numa estrada em calçada. De um lado e outro a cores fortes da primavera eram intensas, em cada pequeno vale ou rego corria um ribeiro.

Chegámos então a uma curiosa construção que parecia ser uma ponte e ao mesmo tempo uma escada, junto da qual pudemos apreciar uma bela cascata. Esse foi o local escolhido para uma pausa para almoço. Pouco adiante viríamos a descobrir o 1º moinho "a sério" do percurso - o do balcão e logo abaixo vimos um monumental penedo que parecia estar apoiado num pequeno pilar de pedra e sob o qual existia uma espécie de curral ou palheiro. A pouca distância desse local passámos junto da furna, uma curiosa gruta, escavada por mão humana, mas cuja finalidade não cheguei a perceber.

Pouco depois chegámos a um cruzamento que nos indicava a capela de Santiago, uma possível marca do caminho de Santiago que os romeiros trilhavam nesta zona. A "varanda" da capela proporciona umas belas vistas sobre o vale, depois de subir a longa escadaria. Vale o desvio que, pelos visto, é obrigatório! De novo voltámos às subidas e acabaríamos por encontrar uma zona onde as marcas do percurso foram removidas intencionalmente das árvores (mais um sinal de falta de civismo do tuga?!), antes de passarmos por uma calçada que servia ao mesmo tempo de pista de Downhill para BTT. Convém por isso ter algum cuidado nessa zona. Mais acima, chegámos então à zona dos moinhos. Tantos! Contei mais de uma dezena, todos seguidos, uns em melhor estado do que outros, mas sempre envolvidos por uma paisagem muito agradável com uma vegetação verde densa e uma subida bem íngreme junto ao curso de água. Com tanta beleza, quase nem demos pela dificuldade... Depois voltámos a uma zona florestal, com casa abandonadas e vestígios da ocupação humana. Já perto da aldeia de Almofrela, seguimos por um caminho sombrio, junto a um muro cheio de musgos. Na aldeia não faltaram motivos de interesse para fotografar como algumas casas recuperadas, a capela de S. Brás e a Tasquinha do Fumo... A partir daqui, o percurso seria a descer pois tínhamos alcançado a cota máxima e faltavam 5,5 km para regressar a Soalhães. O caminho alternou entre caminho rurais entre campos e bosques e zonas de floresta recentemente cortadas, não sem antes termos tido algumas dúvidas sobre o caminho correcto ao passarmos junto a um edifício que parecia um palheiro.

De referir a peculiar capela de S. Bento, do qual apenas restam umas pedras ao alto, sendo que uma delas tem gravadas umas curiosas inscrições (em latim?) que não consegui decifrar. Junto à mesma, vale a pena reparar nos trilhos deixados na pedra pela sucessiva passagem de carros de tracção animal. Ainda no caminho de regresso, acabaríamos por ultrapassar um outro grupo de caminheiros que andava também a descobrir o percurso: um sinal de que interessa a muita gente.

Acabaríamos junto da Igreja de Soalhães onde encontrámos uma autêntico tapete de flores.

O Trilho GPS está na conta Wikiloc do Darasola

 

Painel informativo junto ao início do percurso.

A igreja paroquial de Soalhães.

O inexplicável portão fechado por onde devia seguir.

Lá tive de arranjar forma de passar o portão e seguir pelo percurso certo.

Calçada que leva à estrada.

Este portão... estava aberto, ao contrário do anterior.

!ª incursão em modo off-road.

Bifurcação do caminho: comecei pela esquerda e terminei pelo caminho da direita.

Painel com a representação do mapa do percurso.

Uma pequena capela privada no percurso - capela de S: Clemente.

Aspecto do trilho.

Um dos locais referenciados: as pedras brancas.

Um local muito engraçado...

... onde o percurso se transforma numa cascata única.

O primeiro moinho do percurso.

Uma estranha floreira...

A casa de uma só telha?

Painel informativo sobre os moinhos em rodízio.

Uma furna que parece ser uma cavidade natural, eventalmente usada para fins agrícolas.

No cruzamento, encontrei esta placa e seguimos o seu conselho.

Com tanto painel, deve ser mesmo de valer o desvio.

E valeu mesmo a pena! O local é muito agradável e singelo.

Uma varanda natural com vista para o vale.

A vista do miradouro.

A pequena capela.

Aspecto do trilho.

Calçada antiga no percurso.

Nesta zona o trilho é partilhado com uma pista de BTT-DH.

O caminho é mesmo por aqui.

Mais um moinho.

Gostei de ver esta canalização escavada num tronco.

Uma zona com um passadiço.

Aspecto do trilho na zona onde existe os vários moinhos em linha.

Moinho de Santiago.

A paisagem muda um pouco e passamos por uma zona mais exposta e pouco arborizada.

Casa em ruínas.

Mais uma furna?

Gostei da dupla tonalidade de verde.

Antigo caminho rural.

Chegada à aldeia de Almofrela.

Casa restaurada na aldeia.

Capela da aldeia de Almofrela.

Placa dos Amigos do Rio Ovelha, na parede da Tasquinha do Fumo.

A partir daqui, o percurso encaminhava-se para o ponto de partida.

Aspecto do trilho.

Passagem numa zona recentemente cortada. Um aspecto deprimente...

Casa em ruínas.

(sem comentários)

Algumas marcas deixadas no tempo são indeléveis.

Os vestígios da Capela de S. Bento com estas inscrições numa pedra.

Aspecto global do local.

O contraste entre as ovelhas em 1º plano e a via rápida em pano de fundo.

Este estranho artefacto servia para que os bois cobrissem as vacas, pelo menos foi o que disseram os habitantes da casa ao lado. Um estranho encontro ao longo do percurso.

Passagem por uma propriedade agrícola.

Encontrámos um outro grupo que percorria o trilho.

Lá em baixo, a capela de S. Clemente, por onde tínhamos passado no início.

A descida atáé à bifurcação inicial do percurso.

O regresso à igreja paroquial.

Na altura, estava um tapete de flores frente à entrada da igreja.

Gostei da entrada esculpida da igreja.

 

Avaliação do percurso:

Positivo: Sinalização (sobretudo na parte inicial), paisagens, a passagem dos moinhos e a capela de Santiago.

Negativo: O portão fechado (!!!) , alguns cruzamentos onde desapareceram as marcações.

 

Boas caminhadas

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