Açores - Flores - Fajã de Lopo Vaz - PRC4FLO
A Fajã de Lopo Vaz é uma pequena porção de terra na costa sul da ilha, muito perto da Laje das Flores, que tem a particularidade de possuir um micro-clima, que conserva a fauna e flora originais das ilhas da Macaronésia. Este terá sido o primeiro local habitado da ilha da Flores. O único acesso à fajã faz-se por um caminho íngreme e estreito, e não há outro forma de lá chegar por terra. Este é o percurso do trilho PRC4FLO, que se inicia junto ao Miradouro da Fajã de Lopo Vaz, descendo até à fajã para contornar as poucas "habitações" por lá existentes pela praia e regressar pelo mesmo caminho. A chuva que caiu durante a noite e o calor intenso da manhã tornaram o ambiente extremamente húmido, o que colava as roupas ao corpo e dificultou um pouco o percurso. A descida não teve qualquer dificuldade, nem alternativa que nos pudessem desviar do caminho, contudo ao chegarmos à fajã, foi muito difícil encontrar o caminho. Mesmo com o trilho no GPS, acabamos por entrar numa zona de vegetação densa e altíssima, que nos deixou completamente molhados e enlameados. Lá conseguimos descer pela encosta de um campo e seguimos caminhando sobre os seixos da praia. A atmosfera na fajã é estranha e misteriosa, deixando-nos a pensar como será pernoitar numa daquelas cabanas isoladas no meio do Atlântico, sem sequer termos a coragem de pensar como será viver realmente ali. Notamos que algumas das cabanas pareciam estar habitadas, mas mesmo assim não vimos ninguém, até aparecer um pequeno grupo barulhento, que quebrou o encanto do local.
Painel informativo junto ao miradouro.
Sinalética do percurso.
O início do trilho junto ao miradouro.
O caminho é de +/- 1200 m, mas há que contar a volta, o que acaba por fazer 3.5 km.
O aspeto do trilho com a ponta da fajã a espreitar.
A vegetação é luxuriante ao longo de todo o trilho.
A água a escorrer pelas encostas da serra.
Parece que estamos nos trópicos.
Uma curiosidade: nesta parede exposta de rocha vulcânica, encontramos "altares" improvisados...
com bonecas/santas, rodeadas de flores de plástico. Estranho...
Morangos selvagens.
Na descida final para a fajã.
A vista da fajã e das poucas cabanas que ali foram construídas, umas mais recentes, outras com ar de já terem algumas décadas.
Embrenhámo-nos no meio daquela vegetação toda.
Está aí alguém?
A cabana com ar mais antigo.
As bananeiras encontram ali ótimas condições para...
... darem frutos.
Seguimos pelo meio dos campos...
... e ficamos completamente molhados devido ao estado da vegetação.
Conseguimos finalmente alcançar a praia, onde a progressão era bem mais fácil.
Uma mariola gigante.
A observar o Atlântico.
Esta era a cabana em melhor estado.
"I dream of a world where chickens can cross the road without having their motives questioned" :-)
Depois de uma breve pausa, regressamos pelo mesmo caminho.
Vencendo as dificuldades da subida até ao miradouro da partida.
Sempre a subir pelo meio da vegetação e junto à encosta.
Nunca tinha estado numa fajã tão isolada e (aparentemente) abandonada e foi sem dúvida uma boa experiência.
Boas caminhadas
darasola
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