Percurso pedestre do Aqueduto da Água da Prata - Évora
O Aqueduto da Água da Prata é uma obra de engenharia imponente do séc XVI, que servia para o abastecimento de água à cidade. Com 18 km de extensão percorrendo a paisagem típica alentejana, liga a zona da Herdade do Divor até à Praça do Giraldo, bem no centro histórico da cidade. Aproveitei uma ida ao Alentejo para conhecer este percurso pedestre criado com o objetivo de valorizar este património único. O trilho tem a vantagem de poder ser feito a pé ou de BTT e acompanha o percurso feito pela água nesta estrutura centenária. Esta parecia ser uma nova descoberta promissora e agradável, mas acabou por ser uma tarde desagradável devido aos "encontros imediatos" com os nossos "amigos" de 4 patas. O aqueduto passa ao longo de várias propriedades privadas guardadas por cães de grande porte e se em algumas zonas as vedações eram eficientes e apenas ficámos sujeitos a ouvi-los ladrar de forma ameaçadora, noutros locais conseguiram facilmente furar pelas redes e tentaram atacar-nos. Entendo a necessidade dos donos protegerem a sua propriedade com cães, mas sendo um percurso "público" é fundamental que seja seguro para todos. Para além disso, existem algumas rampas de madeira ao longo do trilho que estão bastante danificadas. A entidade responsável (a câmara municipal de Évora) deve urgentemente rever estes aspetos.
Fora isso, o percurso em si é interessante, cruza zonas de paisagens tipicamente alentejanas e alterna entre zonas onde o aqueduto está enterrado, outras onde está à superfície e outras ainda onde está elevado e sustentado por arcos imponentes.
Acessos à zona inicial do percurso pedestre.
Acesso entre cercas de propriedades privadas onde o gado (não se vê nas fotos, mas andava lá) pasta livremente.
O aqueduto está enterrado nesta zona.
A presença do aqueduto é facilmente identificável pelas "caixas de visita", que servem para a limpeza dos detritos sólidos que a água leva.
Início da zona em que o aqueduto fica exposto.
O início do trilho mais "estreito" está assinalado com a grelha que impede que o gado entre pelo percurso.
A partir daí o trilho acompanha o aqueduto numa estreita faixa para a passagem.
O aqueduto acompanha as linhas de nível para levar a água pela força da gravidade até ao seu destino.
Uma das rampas referidas, que estava sem uma tábua e com a madeira a dar sinais de não aguentar muito peso.
Uma passagem superior para acesso à propriedade do outro lado.
Na zona do Ribeiro de Pombal existe uma construção sobre arcos - conhecida como Cano Alto - para a travessia sobre o ribeiro.
Não dá para perceber pela densa vegetação da zona, mas o ribeiro corre ali por baixo.
Uma passagem inferior.
Uma zona mais larga para permitir o acesso a veículos à propriedade agrícola do outro lado.
Mais uma zona onde o aqueduto passa num nível superior sustentado por arcos.
Depois desta zona, o aqueduto alcança a estrada Évora - Arraiolos, o que nos obriga a seguir ao longo da estrada durante algumas centenas de metros. Pouco depois saímos da berma da estrada e entramos nos caminhos agrícolas perto do convento de S. Bento de Cástris.
A malha urbana dos arredores de Évora estava a ser alcançada.
E alcançámos novamente a estrada R114-4 que liga a Arraiolos junto à parte mais alta do aqueduto, onde encontramos um painel informativo sobre o percurso pedestre.
Ainda fizemos um pequeno desvio para vermos o Convento da Cartuxa...
... onde os monges vivem em clausura. O aqueduto passa logo à entrada e daí não passamos.
Seguimos então pela ciclovia que passa mesmo em frente em direção ao centro da cidade.
Ficha técnica:
Distância: 8,5 km
Tempo: 2h30
Tipo: linear
Dureza física: 1/5
Dificuldade técnica: 1/5
Beleza do Percurso: 2/5
Marcação: n/a
Ponto positivos: património histórico e arquitectural do aqueduto
Pontos negativos: ataques dos cães, necessidade de manutenção de algumas zonas do percurso